Quando os apicultores introduziram as chamadas abelhas domésticas em uma ilha remota protegida, as abelhas selvagens locais precisaram reagir. Cientistas fizeram um experimento para controlar o dano.
20/08/2025 08:42 Leia mais
Em meio a tantas histórias sobre reconexão com a natureza, a trajetória de Pedro Felipe Rocha Berlute, de apenas 19 anos, chama atenção pela profundidade e dedicação. Natural de Ilha Solteira (SP), o jovem é estudante de Ciências Biológicas na UNESP e já decidiu que sua vida será inteiramente dedicada a elas: as abelhas nativas sem ferrão.
Em meio à transição da carreira no jornalismo para o empreendedorismo, Fernanda Godinho encontrou nas abelhas nativas sua grande inspiração. A mudança de Belo Horizonte para uma área de preservação ambiental em Nova Lima (MG), em 2019, marcou o início dessa trajetória. Foi ao observar uma enxameação de abelhas Jataí que surgiu o encantamento pelo universo da meliponicultura. A partir disso, veio a criação da Puhuk, uma marca que une a produção de gin artesanal à proteção das abelhas sem ferrão.
São Gabriel da Palha, no Espírito Santo, abriga uma história de dedicação, aprendizado e respeito à natureza. A empresa nasceu do fascínio do fundador pelas abelhas ainda na adolescência. Aos 14 anos, tentou capturar um enxame sem sucesso, mas a experiência despertou seu interesse.
A história de Geraldo Enrico Tigre Herzog, 11 anos, destaca como as abelhas se tornaram essenciais para seu desenvolvimento socioemocional e interação social.
Sônia Aparecida da Silva, conhecida como “Sônia das Abelhas”, é uma meliponicultora que vive no Jardim Olímpico, em Maringá (PR). Desde 2019, ela mantém em seu quintal cerca de 20 espécies de abelhas sem ferrão, que são inofensivas e benéficas para o meio ambiente.
Luis Henrique Soares Alves é biólogo, doutor em Ecologia e fundador da Serra da Concórdia Apicultura, situada em Valença (RJ). Desde a infância, as histórias dos avós sobre abelhas despertaram sua curiosidade. Durante o ensino médio, um curso do SENAR transformou essa paixão em vocação, levando-o à graduação, mestrado e doutorado, sempre com foco nas abelhas. Publicou estudos importantes, como os primeiros registros do besouro Aethina tumida no Brasil.
No quintal de casa, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra (ES), o aposentado Clarindo Multz, 78 anos, divide o espaço com mais de 40 mil abelhas sem ferrão de quatro espécies diferentes, distribuídas em 49 colmeias.
A APACAME, fundada em 1979, é uma referência no fortalecimento da apicultura racional no Brasil. A entidade promove capacitação, intercâmbio técnico e desenvolvimento do setor, estimulando a produção de mel, própolis, pólen e outros produtos apícolas. Além disso, atua na preservação ambiental e na defesa das abelhas nativas, oferecendo suporte técnico, cursos e incentivo à pesquisa. Com uma estrutura bem organizada e atuação estratégica, a APACAME contribui para a inovação e sustentabilidade da apicultura, fortalecendo apicultores e promovendo o crescimento do setor.
Jair Messias Nogueira descobriu sua paixão pela meliponicultura ao resgatar um enxame de Jataí durante uma reforma em sua casa, em Paraisópolis (MG). Quatro anos depois, ele é um entusiasta das abelhas sem ferrão e fundador do Meliponário Abaquar, um projeto dedicado à educação ambiental. A iniciativa promove palestras, atividades educativas e a doação de colmeias para escolas e empresas, incentivando a conscientização sobre a importância desses polinizadores. Jair destaca a importância de começar pequeno, estudar e respeitar o meio ambiente, inspirando novas gerações a protegerem as abelhas nativas.